arquiteto negro!
Um homem escravizado conhecido como Tebas se destacou no século XVIII, em São Paulo, por criar projetos de edifícios, principalmente religiosos. Tebas era famoso por dominar a técnica da cantaria, arte de talhar pedras em formas geométricas. Apesar da importância de suas obras, ele só foi reconhecido como arquiteto 200 anos após sua morte. Sua história foi contada no livro ‘Tebas: Um Negro Arquiteto na São Paulo Escravocrata‘, organizado pelo jornalista Abilio Ferreira e lançado em 2019.
Nascido em Santos, em 1721, o nome verdadeiro de Tebas era Joaquim Pinto de Oliveira. Seu proprietário era um renomado mestre de obras da cidade chamado Bento de Oliveira Lima, com quem aprendeu o ofício. Lima e Tebas passaram a ser solicitados para trabalhar em São Paulo. Entre as obras em que atuaram estava a restauração da antiga Catedral da Sé (demolida em 1911). Como Lima morreu antes de terminar a obra, sua viúva ficou endividada e teve que vender Tebas. O arcebispo Matheus Lourenço de Carvalho queria concluir a obra e comprou Tebas para isso. Após a conclusão da reforma, o religioso concedeu a alforria a ele, em 1778, quando Tebas tinha 57 anos.
Entre os trabalhos de Tebas estão a ornamentação da fachada da antiga igreja do Mosteiro de São Bento e a construção do Chafariz da Misericórdia, o primeiro chafariz público da capital paulista. Algumas de suas obras, como as partes frontais da igreja da Ordem Terceira do Carmo e da igreja das Chagas do Seráfico Pai São Francisco, ainda existem.
Mesmo tendo feito trabalhos de destaque, seu nome acabou caindo no esquecimento.
Livre, Tebas continuou a trabalhar na área da construção. Ele morreu aos 90 anos.
Em 2018, foi considerado oficialmente arquiteto pelo Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo.
FOTO: Quadro Cabeça de Negro, 1934 | João Candido Portinari (Imagem: Google Arts&Culture)
copiei e colei
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